quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

COMPONENTES BÁSICOS DA COMPUTAÇÃO GRÁFICA

Não adianta falar de um monte de coisas aqui senão explicar de modo básico alguns processos da computação gráfica.
Então nesse post darei essas explicações.

- Modelagem Tridimensional

É um área da computação gráfica que tem como objetivo a geração de entidades em três dimensões.

É basicamente a criação de formas, objetos, personagens, cenários. Para elaboração são utilizadas ferramentas computacionais avançadas e direcionadas para este tipo de tarefa. Existem diversos profissionais habilitados na área. Atualmente os programas mais utilizados são: 3ds Max, Maya, Cinema 4D,Zbrush, entre outros.

A modelagem em 3 dimensões conta com uma enorme variedade de ferramentas genéricas, permitindo uma comunicação mais fácil entre dois programas diferentes e usuários iguais, são as mais conhecidas: técnica por polígonos, técnica por vértices e técnica por bordas. Todas elas são realizadas através da criação de uma malha complexa de segmentos que dão forma ao objeto.

Processo de modelagem tridimensional

- Renderização

Renderização é o processo pelo qual pode-se obter o produto final de um processamento digital qualquer.

A renderização é muito aplicada para objetos 3D, fazendo a conversão de um 3D para uma representação em 2D, seja para obter uma imagen estática, seja para obter imagens foto-realísticas em vídeo (animação 3d).

O termo "renderizar" (do inglês to render) vem sendo usado na computação gráfica, significando converter uma série de símbolos gráficos num arquivo visual, ou seja, "fixar" as imagens num vídeo, convertendo-as de um tipo de arquivo para outro, ou ainda "traduzir" de uma linguagem para outra.

Para renderizar uma cena é necessário, entre outras coisas, definir um tipo de textura para os objetos existentes, sua cor, transparência e reflexão, localizar um ou mais pontos de iluminação e um ponto de vista sob o qual os objetos serão visualizados. Ao renderizar, o programa calcula a perspectiva do plano, as sombras e a luz dos objetos.

Ao longo da história da computação gráfica, o ato de renderizar sempre exigiu grande capacidade computacional.

Taça criada e renderizada no 3D Studio max

- Animação Digital

É a arte de criar imagens em movimento utilizando computadores. É um subcampo da computação gráfica e da animação. São criados cada vez mais trabalhos com o uso de gráficos 3D, mas ainda se usam bastante os gráficos 2D. Por vezes, o destino da animação é o próprio computador, mas por vezes é outro meio, como filmes dedicados para propaganda e cinema.





Trailer do filme "A Era do Gelo 3"

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

CLÁSSICOS EM CG

De vez enquando, além de falar sobre a arte da computação gráfica, também irei comentar sobre notas de produção de clássicos em CG. Começando com SHREK!

Sob vários aspectos, SHREK é um clássico conto de fadas: tem um herói, uma bela princesa e um vilão pusilânime. A diferença é que aqui o herói é um ogro feio e mal-humorado, a princesa não é bem o que parece ser e o vilão não está com essa bola toda. O Produtor e Diretor da DreamWorks Jeffrey Katzenberg (A FUGA DAS GALINHAS, O PRÍNCIPE DO EGITO, O CAMINHO PARA EL DORADO, O REI LEÃO) compara: "É como se SHREK desse uma olhada para os contos de fadas tradicionais com os quais crescemos e os virasse de cabeça para baixo e do avesso". Produtor e principal executivo da PDI/DreamWorks, companhia responsável pelo projeto, Aron Warner (TITANIC, INDEPENDENCE DAY, TEMPESTADE DE GELO, AS BRUXAS DE SALEM, ALIEN — A RESSURREIÇÃO, VOLCANO, A FÚRIA) afirma que "ninguém é poupado" e que grande parte da graça de SHREK vem da sátira feita a muitos dos personagens mais queridos dos contos de fadas.


Além de romper com as convenções dos contos de fadas, SHREK também apresenta inovações incríveis no que se refere à animação por computador, como o realismo dos personagens humanos, capazes de expressar os diálogos e as emoções através de um complexo sistema de animação facial desenvolvido na PDI/DreamWorks. Utilizando ferramentas especiais chamadas "shapers" — basicamente um processo de camadas
que deforma a superfície a partir do seu interior —, os animadores puderam realizar sofisticados movimentos aplicando camadas de ossos, músculos, gordura, pele, cabelos e roupas que interagem entre si. Essencialmente, o crânio do personagem é formado no computador e coberto com recriações de músculos verdadeiros da face. Depois, tudo é coberto com a pele e programado para responder às manipulações dos músculos, como aconteceria num rosto humano, completado por rugas, marcas de expressão e outras imperfeições. Centenas de controles estão ligados no rosto como se fossem nervos humanos permitindo aos animadores alcançarem os fonemas da fala para uma perfeita sincronia labial.


No filme, há também avanços na criação de ambientes ricos e orgânicos; de roupas que se movimentam, dobram e reagem à luz como tecidos de verdade; do fogo e fluidos com viscosidades diferentes obtidas através do uso do premiado Fluid Animation System (FLU), da PDI/DreamWorks. O Produtor Jeffrey Katzenberg observa: "Não há dúvidas de que SHREK está além e acima de tudo o que já foi feito em animação de computador pelo menos dez minutos atrás". O Supervisor de Animação Raman Hui (FO
RMIGUINHAZ) acrescenta: "Shrek é um ogro que tem a mesma gama de emoções que qualquer um de nós. Na verdade, nosso maior desafio de animação foi mostrar Shrek escondendo o que está sentindo realmente; dizendo uma coisa, mas pensando outra".



Mas antes de concretizarem toda essa ilusão perfeita da realidade, os cineastas tiveram que ler a história. O filme SHREK tem suas origens num pequeno livro ilustrado de mesmo nome do premiado autor infantil William Steig. O Produtor John H. Williams (SETE ANOS NO TIBET, SARAFINA! — O SOM DA LIBERDADE, NA LINHA DA MORTE) atesta: "Mesmo adulto, continuo achando o Shrek do livro repulsivo, irreverente, iconoclasta, grosso e muito divertido. Era um personagem incrível a espera de um filme". Os Roteiristas e Co-Produtores Ted Elliot e Terry Rossio (PEQUENOS GUERREIROS, GODZILLA, OS MONSTRINHOS, SOB O DOMÍNIO DOS ALIENS), que trabalharam com Jeffrey Katzenberg e Aron Warner em FORMIGUINHAZ, colaboraram com os também Roteiristas Joe Stillman (BEAVIS E BUTT-HEAD DETONAM A AMÉRICA) e Roger S.H. Schulman para adaptar a história numa aventura de animação, contada com humor e emoção sob a direção de Andrew Adamson e Vicky Jenson, ambos fazendo sua estréia de direção com SHREK. Ao centro da história está aquilo que chamamos de a moral da história, na linguagem de todas as fábulas. O diretor Vicky Jenson explica: "A história é sobre a auto-aceitação e de como as coisas nem sempre são o que parecem ser".

O produtor Aron Warner acrescenta: "Acho que o humor é universal quando é bom e tem muita coisa para se rir neste filme, dependendo do que você sabe e lembra do mundo dos contos de fadas. Usamos elementos que fizeram parte das nossas vidas; conseguimos os atores certos, no lugar certo e na hora certa. Tudo acabou dando certo".



Trailer de Shrek

A graça irreverente de SHREK se deve, em grande parte, ao incrível elenco de vozes jamais reunidas num desenho animado. O papel-título tem a voz de Mike Myers (AUSTIN POWERS 000 — UM AGENTE NADA DISCRETO, AUSTIN POWERS — O AGENTE "BOND" CAMA, QUANTO MAIS IDIOTA MELHOR, QUANTO MAIS IDIOTA MELHOR 2, UMA NOIVA E TANTO, STUDIO 54), que observa: "Eu quis fazer este projeto por duas razões: queria ter a oportunidade de trabalhar com Jeffrey Katzenberg e também porque é uma grande história sobre aceitar a si mesmo como você é. Vivemos numa sociedade que faz a distinção entre quem é bonito e quem não é, e eu acho que a mensagem deste filme é que todo mundo é bonito. Shrek é grande, verde, nojento etc… e tenho certeza de que foi por isso que me escalaram. Obrigado, DreamWorks".

Semelhanças à parte, os cineastas consideraram Mike Myers peça fundamental para a criação do personagem como um todo.



Uma das cenas mais cômicas de Shrek

O diretor Andrew Adamson explica: "Passamos muito tempo no estúdio descobrindo quem Mike Myers era como Shrek e experimentando várias vozes e sotaques. Na verdade, quando você escala Myers para um papel, você não trabalha só com o Myers, mas com toda a gama de caracterizações que ele pode criar". Outro peça responsável pelos grandes momentos do filme é o ator Eddie Murphy (O PROFESSOR ALOPRADO, O PROFESSOR ALOPRADO 2: A FAMÍLIA KLUMP, OS PICARETAS, ATÉ QUE A FUGA OS SEPARE, UM TIRA DA PESADA, 48 HORAS, TROCANDO AS BOLAS, UM VAMPIRO NO BROOKLYN, DR. DOLITTLE), que dubla o leal amigo de Shrek, o Burro. Na verdade, o Burro é o primeiro a passar por cima da aparência do Shrek e a encontrar nele um amigo.

O também diretor Vicky Jenson comenta: "Shrek é um ogro irascível que está convencido de que é feliz sozinho, mas o Burro decidiu que Shrek salvou a sua vida e que tem de segui-lo. E o Burro não pode ser dissuadido, nem insultado… nem calado. Sua persistência acaba perfurando a ‘concha’ do Shrek". Em seu primeiro "papel animado", Cameron Diaz (QUERO SER JOHN MALKOVICH, O MÁSKARA, AS PANTERAS, QUEM VAI FICAR COM MARY?, POR UMA VIDA MENOS ORDINÁRIA, UMA LOUCURA DE CASAMENTO) faz a voz da princesa Fiona, que tem todos os motivos para acreditar que o seu verdadeiro Príncipe Encantado é o Lorde Farquaad — que nem é príncipe e não tem nada de encantador, mas que se apresenta com a voz singular de John Lithgow (A QUALQUER PREÇO, LAÇOS DE TERNURA, NO LIMITE DA REALIDADE, RISCO TOTAL, O DOSSIÊ PELICANO, O MUNDO SEGUNDO GARP, MEMPHIS BELLE — A FORTALEZA VOADORA).



I´m a Believer - Fim do filme

Além dos atores veteranos, alguns membros do elenco fazem uma estréia inesperada em SHREK. Tradicionalmente, os artistas de storyboard e de outras áreas interpretam todos os personagens enquanto criam cada seqüência e, geralmente, reproduzem os diálogos que mais tarde serão regravados. No entanto, os cineastas ficaram tão impressionados com as atuações de sua "equipe" que decidiram usá-las no filme. Assim, o Desenhista Conrad Vernon é o Biscoito, Chris Miller faz a voz do Gepetto e do Espelho Mágico, Cody Cameron dubla Pinocchio e um dos Três Porquinhos e o Montador Assistente Christopher Knights, um dos Três Ratinhos Cegos.

Este primeiro conto de fadas animado por computadores leva o público a um mundo de fantasia composto de 36 locações separadas e acompanha os personagens em suas aventuras com uma trilha musical composta por Harry Gregson-Williams e John Powell (FORMIGUINHAZ, A FUGA DAS GALINHAS). Sobrepostas à trilha orquestrada do filme estão seleções musicais de um grupo eclético, incluindo Baha Men, Smash Mouth, Joan Jett, Rupert Holmes, Herb Alpert e o Tijuana Brass, além dos músicos da DreamWorks Self, Leslie Carter e Dana Glover. Como a história, as canções serão percebidas de formas diferentes pelo público, dependendo de sua idade e de seu gosto musical, mas Jeffrey Katzenberg garante: "Este filme tem uma coisa para cada pessoa. É uma comédia irreverente, mas cheia de sensibilidade. Ele mostra que há um lugar para cada um de nós e alguém para compartilhá-lo com a gente".

O produtor Aron Warner concorda: "Acho que esse é um tema muito importante nos dias de hoje — de que a beleza não é tudo. Vivemos num mundo obcecado pela aparência. Adorei o fato de podermos contar uma história onde os ‘bonitos’ não vencem". Jeffrey Katzenberg conclui: "É realmente uma alegoria na qual podemos fazer um paralelo com as nossas próprias vidas. Cada um dos nossos personagens acaba compreendendo que há algo maravilhoso em serem o que são. E isso também é uma verdade para todos nós: as pessoas que nos conhecem e nos amam nos vêem como somos por dentro. Princesa, burro ou até um ogro grande, verde e fedido, seja o que for, você também irá achar o amor e a felicidade".


No próximo post vou voltar a falar mais sobre a parte técnica da Computação Gráfica!
^^